6 de fevereiro de 2014

Crítica Especial - BATMAN 75 | Batman (1989)


Era 1989. The Dark Knight Returns, de Frank Miller, lançou o Homem-Morcego para uma nova geração e os fãs clamavam por um filme. A Warner contratou o ainda pouco conhecido mas talentoso Tim Burton. E assim nasceu o filme Batman.


Antes de irmos adiante, é necessário nos situarmos na época. Era final dos anos 80. Robocop era febre, Prince e Michael Jackson estouravam nas paradas de sucesso e HQs como The Dark Knight Returns e Watchmen traziam ainda mais leitores para o mercado. E tudo que se tinha em termos de super-heróis no cinema eram os filmes do Superman de Christopher Reeve e séries de TV como O Incrível Hulk. E o Cavaleiro das Trevas, onde estava?

Michael Keaton como Batman junto de um dos criadores do personagem, Bob Kane.
A Warner atendeu os pedidos e chamou Tim Burton, diretor ainda pouco conhecido mas com um estilo gótico que cairia como uma luva em um filme do Morcegão. Jack Nicholson foi integrado ao elenco para a grande alegria dos fãs como o lunático Coringa e Michael Keaton foi contratado para ser o Homem-Morcego (sem nem um pouco de alegria dos fãs).


O maior mérito de Batman é ter conseguido se distanciar completamente da imagem cômica e camp do seriado dos anos 60. É claro que o mérito deve-se principalmente a Denny O'Neil, Neal Adams e Frank Miller que ajudaram gradativamente o Morcegão a retomar sua atmosfera sombria da década de 30 nas HQs, mas com um estilo próprio e inconfundível respirando modernidade. Graças a esses caras, não só um ótimo filme foi possível, mas também o renascimento do personagem para o que conhecemos hoje.


E Tim Burton foi mais do que competente em sua tarefa. Sua Gotham é gótica e rebuscada como se poderia esperar, e os personagens estavam tão próximos das HQs quanto a época poderia permitir. Sendo bem objetivo, nesses 25 anos de existência, Batman continua mais atual do que nunca. E entre cenas épicas como a do museu e desnecessárias como a da morte do Coringa, nós conseguimos mergulhar numa Gotham inacreditavelmente próxima à dos quadrinhos.

  • Pontos Negativos:

Bruce Wayne? - A falta de presença de Keaton como Bruce Wayne é alarmante. O que ele faz de bom como o Homem-Morcego, estraga muitas vezes como Bruce. Seu Bruce é um playboy metido a engraçadinho que não sabe direito o que o motiva a ser o Batman. Isso tirando os momentos em que realmente esquecemos que aquele baixinho calvo é o Batman. Não reconheceu Bruce Wayne de primeira, Vicki Vale? Nem eu.

A armadura do Batman - Tiraram o molde no Sylvester Stallone e depois deram para o Michael Keaton usar. É a única explicação possível para a roupa, que contava com uma máscara extremamente folgada e uma armadura que falhava miseravelmente em dar um porte ao chassi de grilo do Michael Keaton. Era linda nas sombras. Só nas sombras.

A morte dos pais de Bruce Wayne - O Coringa ainda jovem com um parceiro. Sério? Será que era difícil ser fiel às HQs ou era necessário demais o clichê do "eu te criei mas você me criou primeiro". Patético. Além é claro, dos olhos do Coringa que foram de azuis a castanhos em questão de uns 20 anos.

A morte do Coringa - Ê, clichê! Uma animaçãozinha mequetrefe deu fim ao arqui-inimigo do Batman, que não deveria morrer, também dando fim à virtuosidade do herói, que simplesmente amarra a perna do vilão em uma gárgola de um modo ninja nível 10. Regra de não matar? Humpf! Para o Batman assassino de Tim Burton, bandido bom é bandido morto. Não é à toa que o Asilo Arkham só foi aparecer lá nos filmes do Joel Schumacher.

  • Pontos Positivos:

Batman - Apesar da armadura que só tinha uma boa aparência em uns 20% do seu tempo de filme, o Homem-Morcego está lá. Keaton interpretou muito bem o Batman e Tim Burton deve ter ajudado bastante no processo. Apesar de algumas motivações do personagem terem sido caracterizadas de uma forma um tanto falha, na maior parte do tempo, o Batman é perfeitamente reconhecível. Ponto para Keaton.


Coringa - Jack Nicholson ficou perfeito como o palhaço homicida. Sua interpretação foi incrível e até hoje é difícil distingui-lo do papel. Ao abrir mão do cachê por uma porcentagem dos lucros do filme, Nicholson ainda arrecadou uma bolada. Além do tempo de tela, o Coringa roubou o filme nas bilheterias também!

Alfred - Michael Gough (R.I.P.) sempre será o nosso Alfred. Simplesmente perfeito, do início ao fim.



Os coadjuvantes - Kim Basinger maravilhosa como Vicki Vale. Pat Hingle (R.I.P) teve nesse filme sua melhor interpretação do Comissário Gordon, e os outros foram igualmente competentes.

A atmosfera - Dark e gótica na medida certa. A Gotham de Tim Burton é a melhor que já vimos no cinema até hoje.


Concluindo, Batman é um filme ótimo. Tem seus erros, e não são poucos, mas foi fundamental para re-estabelecer o Homem-Morcego como um fenômeno mundial e continua sendo até hoje um dos melhores longa-metragens baseados em quadrinhos de todos os tempos.

E como Bruce Wayne diz em uma parte do filme, ele ainda tem trabalho a fazer. Afinal, sempre que Gotham precisa do seu protetor, Batman retorna...


Quase incrível, mas com umas escorregadas pelo percurso.





Essa é a primeira de várias críticas especiais que teremos durante esse ano comemorativo. Fique ligado!
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