22 de fevereiro de 2014

Crítica Especial - BATMAN 75 | A Marca do Zorro (1940)


As críticas especiais comemorativas do aniversário de 75 do nosso herói preferido seriam dedicadas especialmente aos filmes protagonizados por ele. Mas, no fim das contas, acho que uma crítica de A Marca do Zorro, mais do que especial, vem bem a calhar com o aniversário do Morcegão.



Afinal, o original de 1920 foi uma das inspirações para que Bob Kane e Bill Finger criassem o personagem, e, em algumas versões da origem do Batman, esta versão foi a que os Wayne assistiram antes da tragédia que mudou a vida do pequeno Bruce. Em algumas versões eles teriam assistido a versão muda de 1920, e em outras, não é citado o filme que assistiram.


Pois então, falar sobre o filme que participou da origem do Batman como conhecemos é muito propício neste ano comemorativo. Afinal, não só o filme esteve presente em sua origem dentro e fora das HQs, como também poderia ter servido como uma inspiração para Bruce Wayne na hora de inventar seu alter-ego.

A história deste clássico é simples: Don Diego Vega (Tyrone Power) volta para casa depois de anos no exército espanhol a pedido de seu pai. A cidade é assolada por um ditador atrapalhado, Don Luis Quintero (J. Edward Bromberg, impagável) e seu comparsa, o capitão Esteban Pasquale (Basil Rathbone). Se passando por um esnobe almofadinha, Diego usa sua habilidade com a espada e seu gosto por justiça para esconder sua verdadeira persona por trás de uma máscara, e cria seu alter-ego: Zorro, o defensor do povo. Sua batalha contra os opressores não impede que ele acabe se apaixonando pela sobrinha do tirano, a bela Lolita (Linda Darnell). Zorro terá que contar com a ajuda de seus aliados e com seus melhores instintos, não só para derrotar os opressores da sua terra natal, como também para conquistar o amor de sua vida.


Para um filme da década de 40, A Marca do Zorro consegue resistir muito bem ao tempo. É bom de se assistir, com uma história simples mas bem amarrada e ótimas cenas e atuações. Tyrone Power é muito mais do que um galã, levando a um outro nível as diferença entre Don Diego e Zorro. Um o mais mala dos almofadinhas, e o outro um defensor do povo nutrido de um espírito aventureiro sem par. Os veteranos Rathbone e Bromberg são igualmente competentes, enquanto a belíssima Linda Darnell sai da fórmula da mocinha indefesa e cria uma personagem sonhadora, mas que mantém seus pés no chão. Todos ótimos.

Para prosseguir, vamos logo aos pontos negativos e positivos da película:

Pontos Negativos:

Onde está o Zorro? - A identidade secreta de Diego some do ato final do filme. Parecia necessário, já que sua identidade foi descoberta, mas mais do que uma simples identidade, a máscara de Diego tornou-se um símbolo de liberdade para o povo. Além é claro, de uma proteção para sua verdadeira identidade. Principalmente na batalha final, Zorro faz falta...

O final - Numa simbólica referência ao início do filme, Diego finca sua espada no teto... e o filme termina. Sério? Mas e então... Ele continua sendo o Zorro, ou agora que os tiranos saíram do poder ele pendurou a máscara (esse Zorro ainda não usava capa, uma peça de vestimenta que só surgiu na série de TV dos anos 50 com Guy Williams)? Ele ainda tem inimigos a enfrentar, não tem? Afinal, o Zorro defende o povo dos opressores, pois no fim das contas sempre existe um, não é? O final não dá brecha pra uma sequência, nem deixa clara a conclusão da história.

Pontos positivos:

Personagens e elenco - Todos muito bem construídos e bem interpretados. Nenhuma atuação exagerada, e até os alívios cômicos, o Frei Felipe (Eugene Palette) e Don Luis Quintero (J. Edward Bromberg) não deixam a peteca cair em nenhum momento. Todos incríveis.

O Zorro - Tyrone Power é incrível. Como citado antes, a construção das diferenças nos trejeitos e expressões de Don Diego e Zorro, no caso, do modo que ele se apresenta socialmente e quando alguém sabe quem realmente é, é impressionante. Power fugiu do fantasma da canastrice, e apesar de arrancar suspiros da mulherada da época, impressiona a qualquer um que presencia sua capacidade de atuação. Ao lado de Guy Williams, o melhor Zorro até o presente momento (Antonio Banderas que me perdoe).

As cenas de ação - Muito bem coreografadas e fantasticamente executadas. Destaque para a batalha entre Don Diego e Capitão Esteban, dois exímios esgrimistas, que travam uma luta de espadas de se cair o queixo. Os cabelos penteadinhos se desfazem em meio a uma batalha sem dó, como só o bom cinema de capa e espada dessa época poderia oferecer. Power e Rathbone estão ali, sem dublês ou recursos tecnológicos. Sem dúvida, uma das melhores cenas de ação que já vi na vida.


A trama - Bem amarrada e bem escrita. Tem seus pecados, como citado nos pontos negativos, mas tem um ótimo fio condutor e é cheia de cenas maravilhosas. É impressionante como um roteiro escrito a tanto tempo construiu um filme que é extremamente agradável de se assistir até os dias de hoje.


A Marca do Zorro é um filme maravilhoso. Não por saudosismo ou por gosto pelo antigo, mas pela sua própria qualidade como filme. É sim um filme sem grandes complexidades, seja na trama ou na execução técnica, mas isso não diminui nem um pouco sua qualidade. Muito pelo contrário. É maravilhoso de se assistir até hoje.


Para quem não gosta do cinema antigo, eu recomendo: dê uma chance para A Marca do Zorro, você não vai se arrepender. Afinal, nos dias de hoje, em que um filme de aventura precisa de toneladas de computação gráfica para agradar ao público, um bom filme em que espadas, amor eterno e sínteses clássicas de heróis e vilões fazem parte da receita torna-se uma peculiar e ótima pedida.

A Marca do Zorro marcou a vida de Bruce Wayne. Os princípios daquele herói mexicano que esquece seu papel na alta-sociedade para fazer o bem pelo povo inspiraram-no a se tornar o protetor de Gotham. Depois de se assistir A Marca do Zorro, é possível se entender porque, antes de perder seus pais, aquela foi uma das noites mais felizes da vida do pequeno Bruce...


Com todas as limitações da época, esse é um clássico que vale a pena ser assistido. Vou mostrá-lo para meus filhos um dia... espero continuar vivo depois... (humor negro desapropriado detected).
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