9 de novembro de 2015

Crítica | 007 contra Spectre


O novo filme de James Bond é um prato cheio para os fãs da série, e uma boa pedida para um cineminha divertido mesmo para quem está conhecendo o espião mais famoso do mundo pela primeira vez.


Sinopse: James Bond (Daniel Craig) vai à Cidade do México com a tarefa de eliminar Marco Sciarra (Alessandro Cremona), sem que seu chefe, M (Ralph Fiennes), tenha conhecimento. Isto faz com que Bond seja suspenso temporariamente de suas atividades e que Q (Ben Whishaw) instale em seu sangue um localizador, que permite que o governo britânico saiba sempre em que parte do planeta ele está. Apesar disto, Bond conta com a ajuda de seus colegas na organização para que possa prosseguir em sua investigação pessoal sobre a misteriosa organização chamada Spectre.

Sam Mendes continua com o bom tom que ele começou em Skyfall. Apesar de um segundo filme fraco, a linha de quatro filmes estrelados por Daniel Craig tem aqui um ápice, e com a saída do ator britânico, o fechamento de um ciclo que volta ao início.

Digo que volta ao início porque, de maneira direta, esse é o mais 007 de todos os filmes estrelados por Craig, simplesmente porque aqui o diretor Sam Mendes abraça o estilo clássico da série mais do que se poderia imaginar. As perseguições e tensões extremamente fantasiosas exaltando a quase "sobre-humanidade" do agente, as musas estonteantes e cheias de artimanhas, o carro cheio de apetrechos, o capanga monossilábico e absurdamente forte e é claro, o vilão megalomaníaco com delírios de grandeza e o clássico discurso desnecessário.
Está tudo aqui, numa salada que agrada muito aos fãs da série, e dá a quem ainda não conhece Bond um filme agradável.


É impossível para um fã não se animar ou se recostar na cadeira com as referências: desde o carinho em um gato branco até a revelação do vilão, algo que aqui é feito de forma simples e tem um certo impacto (até mais do que a de Khan em Além da Escuridão: Star Trek) mesmo sendo previsível desde o anúncio do nome do filme.

Em um apanhado geral o filme se apoia bastante em referências, mas não as usa como bengala. As inovações da história são decentes e bem amarradas, mas a trama em si é simples. E apesar da grande quantidade de referências, o filme em nenhum momento se apresenta apenas como homenagem.
Em tempos em que alguns filmes apresentam excesso de roteiro, com histórias tão complexas que nem os próprios escritores as compreendem, é bom assistir filmes simples que cumprem o seu objetivo bem, afinal a série 007 está cheia desses filmes, e nisso 007 contra Spectre não faz feio.


Daniel Craig continua muito competente no papel, sempre na medida certa. O vilão Oberhauser, vivido por um surpreendentemente contido Christoph Waltz é a síntese do clássico vilão de 007, e é bem dosado na história. Uma das revelações que envolve o personagem é muito desnecessária, algo que X-Men Origens: Wolverine já tentou fazer, e não deu certo. Ralph Fiennes como M, Naomie Harris como Moneypenny e Ben Wishaw como Q trazem a mesma excelência de atuação do filme anterior, mas Monica Belluci, apesar do alvoroço em torno da sua escalação como a Bondgirl mais velha aos 50 anos, é aqui um bibelô descartável. Já Léa Seydoux, além de belíssima, apresenta sua Madeleine Swann como uma das mulheres fortes da franquia, que não cede tão cedo aos encantos do agente e ainda dispara uns tiros e distribui uns sopapos sem descer do salto. O novo queridinho de Hollywood Dave Bautista aqui traz um clássico capanga de James Bond, e apesar do seu pouco tempo de tela se torna um bom acréscimo ao panteão de capangas de 007.

O maior erro do filme, entretanto, é sua atmosfera de cansaço. Tanto a direção de Mendes quanto a atuação de Craig passam esse peso, o que interfere em alguns aspectos do longa, mas pode passar despercebido ao final do filme, tamanha a quantidade de ação desenfreada e fantasiosa, ao melhor estilo James Bond, presente no filme.


Com ótimas referências (a cena de Dia dos Mortos com referência a "Viva e Deixe Morrer" e a clássica cena de luta no trem a la "Moscou contra 007" vão fazer os fãs de agarrarem na cadeira) e um roteiro bem amarrado, 007 contra Spectre é gostoso de assistir e divertido na medida certa, sem interferir em nenhum momento na clássica atmosfera que envolve o agente britânico mais famoso do mundo. Pode não ser o melhor filme do agente, e talvez não tenha o mesmo charme e peso de Skyfall, mas não deixa de ser um dos melhores capítulos de uma das mais longas e clássicas franquias do cinema.

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